OBRA DE MAFRANO DEVOLVE DIGNIDADE HISTÓRICA AOS POVOS BANTU

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, considerou, na segunda-feira, em Luanda, que a colectânea angolana “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias”, de Antropologia Cultural, constitui um contributo decisivo para a reposição da dignidade histórica dos povos africanos subjugados pelos impérios coloniais.

As declarações foram proferidas durante um encontro com familiares do autor, realizado no Hotel Epic Sana, onde o estadista recebeu os três volumes da obra póstuma do escritor e etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano, conhecido pelo pseudónimo Mafrano. “A colonização distorceu a imagem de África. Esta obra vem repor a dignidade destes povos”, sublinhou António Guterres, que esteve em Luanda como convidado da VII Cimeira União Africana–União Europeia.No encontro estiveram igualmente presentes o coordenador residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Diego Zorrilla Orsat, membros da comitiva oficial do Secretário-Geral e três familiares do autor.Para a família de Mafrano, a colectânea representa um património de dimensão universal. José Caetano, filho do autor, defendeu a tradução da obra para francês e inglês, destacando que os princípios nela abordados,  assentes na solidariedade humana, podem contribuir para a resolução de conflitos e para a aproximação entre os povos. “Os Bantu na visão de Mafrano” é uma obra em três volumes, com 39 capítulos e cerca de 800 páginas, iniciada em 2011 e concluída em Agosto de 2025. A colectânea reúne estudos e textos publicados ao longo de décadas em diversos jornais e revistas, com destaque para “O Apostolado”, “Angola Norte”, “O Angolense”, a Revista Angola da Liga Nacional Africana e um boletim do Ministério das Finanças.

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